Obrigações






"Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó Senhor, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos..." (Jeremias 14)

Não é por motivo de clamar ao Senhor, Criador e Soberano que lhe é imposta obrigação de abençoar, atender, livrar. O contexto que está inserido o texto utilizado para meditação poderia muito combinar com a ideia de que ao clamar ao Senhor ele nos livrará, pois clama-se ao que tudo pode fazer. É verdade, realmente tudo Ele pode fazer, inclusive deixar que suas criaturas morram e venham a desfalecer suas forças, separar outro povo como prometeu ao legislador no deserto, pois escolheram andar longe do seu criador e acertaram entre si qual o melhor caminho a seguir. E o melhor caminho para o homem no contexto foi andar longe da excelente Lei, a Palavra de Deus. As orações fora dos propósitos do Soberano são apenas importunações que poderão ou não ser atendidas, e ao homem pecador não cabe contestar. O texto a seguir mostra a situação da súplica e entrega a soberana vontade do Criador:

"Aguardamos a paz, e não aparece o bem; e o tempo da cura, e eis aqui turbação. Ah! Senhor! conhecemos a nossa impiedade e a maldade de nossos pais; porque pecamos contra ti.Não nos rejeites por amor do teu nome; não abatas o trono da tua glória; lembra-te, e não anules a tua aliança conosco. Porventura há, entre as vaidades dos gentios, alguém que faça chover? Ou podem os céus dar chuvas? Não és tu, ó Senhor nosso Deus? Portanto em ti esperamos, pois tu fazes todas estas coisas. (Jeremias 14:7,19-22.) Resta ao que está sucumbindo, mostrar a humildade em reconhecimento que está errado, abandonar a prepotência estampada na busca de justificativas para os seus erros e pecados e continuar a esperar pela única solução antes do seu fim como está Escrito: "Não nos rejeites por amor do teu nome; não abatas o trono da tua glória; lembra-te, e não anules a tua aliança conosco."(Jeremias 14:21), pois toda nossa existência testifica em obras contra nós mesmos diante do Criador, não há nada que possamos mostrar ao Criador que justifique a salvação que Ele pode nos dar. 

Um povo castigado pela ausência da água, onde a terra era assolada com a morte por causa da seca, desfalecendo, percebe que se continuar na sua vaidade de vida, vão perecer sem dúvida, clamam mas encontram uma barreira grande. Nos planos do Soberano estava o castigo ao povo rebelde e não o livramento, e quanto ao livramento este seria ainda em forma de cárceres, mas apenas para os que sobrassem da desgraça que estava por vir. Clamor e adoração, apenas pela necessidade da subsistência, não são verdadeiros apenas necessários, a necessidade extrema cria crentes em tentativa de sobrevivência. 

Pois antes, o povo de Deus se voltaram para os deuses, o paganismo das civilizações que tanto gostavam, por causa das suas prostituições e facilidades de viver como bem entendiam ser o certo, pois a felicidade da sobrevivência ainda estava entre eles, rejeitando assim a Lei do Senhor. Mas os tempos de Jeremias são diferentes e não resta muito ao que se apegar quando a morte e a miséria são vizinhas próximas da sua tenda, ou já estão morando com você. Porém agora lembram-se que são escolhidos e usam a esperança que ainda resta para contar com o que Deus tem para o povo, mas a resposta de Deus ao povo é para purgar e não livrá-los das suas misérias materiais e física.

Desta forma o profeta é convocado para fornecer a mensagem que torna seu oficio mais pesado e sofrido ainda, falar o que o povo que está sofrendo não quer ouvir, falar que Deus não os escutará, que Deus o Soberano não os socorrerão, dizer que o que Deus tem para eles no momento, é a porção amarga do que já estão vivendo. Triste é a mensagem realista mas verdadeira na boca do Profeta, porém deve ser falada, para que quando aconteça não se ponha a responsabilidade no acaso, pois isto não existe no vocabulário do Senhor, pois Ele é Soberano em tempo integral.

Mesmo assim muitos ainda tendem em acreditar que haverá livramento a sua maneira, como sempre, tentando dizer o que Deus não disse, ouvindo homens que o Senhor nunca chamou para falar em seu nome, enganando-se a si mesmo e apenas criando expectativas falsas: "Então disse eu: Ah! Senhor DEUS, eis que os profetas lhes dizem: Não vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei paz verdadeira neste lugar. E disse-me o Senhor: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; (Jeremias 14:13,14)

Ao perguntarem o destino do povo escolhido ao profeta, o Senhor responde da forma que o povo não gostaria de ouvir: 

"E será que, quando te disserem: Para onde iremos? Dir-lhes-ás: Assim diz o Senhor: Os que para a morte, para a morte, e os que para a espada, para a espada; e os que para a fome, para a fome; e os que para o cativeiro, para o cativeiro.(Jeremias 15:2)

Deus nunca foi obrigado a fazer nada e muito menos a vontade dos homens, então que todos se coloquem por satisfeito de ainda não serem consumidos e destruídos, Deus ainda usa a sua misericórdia, acreditar como está escrito é fundamental: "Portanto em ti esperamos, pois tu fazes todas estas coisas." Ocorre que Deus não os deixou sem explicações, apenas não foi como desejavam. Há a explicação dos fatos que estavam ocorrendo nos tempos de Jeremias quanto ao Senhor permitir a destruição, prometendo que aos que viriam depois desfrutariam da salvação, porém eles os presentes contemporâneos de Jeremias já era certa a destruição. "Disse o Senhor: De certo que o teu remanescente será para o bem; (Jeremias 15:11)

O Livro do Profeta Jeremias mostra verdades quanto os escolhidos para representar a Luz para os povos, verdades que ninguém mais quer ler ou meditar, pois o homem exerce o centro e pensa que o Criador nada tem com suas decisões. Não estamos debaixo da Lei, mas estamos debaixo do Soberano que trouxe a Lei, os que estão em Cristo não possuem a condenação pela Lei, Jesus Cristo o Salvador dos homens, este não perde nenhum que Deus trouxer a Ele para Salvação. Porém a reflexão nos capítulos 14 e 15 do Livro do Profeta Jeremias deveria  alertar, que o Deus de ontem ainda é o mesmo de hoje, mesmo que milhões de pastores ensinem ao contrário, Deus ainda é o mesmo e não tem o culpado por inocente, dá a salvação a quem quiser, atende quando quiser e sua Soberania pode até ser contestada pelos homens, mesmo que sem êxito, mas nunca anulada, nada e ninguém o faz fazer o que Ele não quer fazer. 

O homem deve tremer diante de seu decreto, mostrar humildade e esperar que sua misericórdia promova o livramento necessário. Não esquecendo nunca que a obediência ao Senhor e sua Palavra poderá prevenir muitas dores e sofrimentos quando estes são relacionados a ausência de obediência a sua Palavra.

Presbítero
Israel Lopes

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