Revelação





“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo;”
Apocalipse 1:1

As revelações são sempre algo que fascinam os ouvintes em um culto pentecostal, mexe com o que geralmente está oculto ou apenas o indivíduo sabe. Revelações não são exclusividade dos cultos pentecostais, mas fazem parte do lado fenomenológico de uma religião. Sim é verdade que o charlatanismo anda sempre lado a lado da verdade quando o assunto é "REVELAR", pois não se tem como fornecer provas de que as revelações são de Deus ou de outro ser, ou a própria mentira e charlatanice. 

A única prova restante será a uma concordâncias com fatos de quem revela e quem foi revelado. Por parte de muitos que ministram nos púlpitos há uma falta de honestidade quanto ao assunto, e tudo fica sempre no campo de que, se for de Deus acontecerá, o contrário nada ocorrerá. Por isto o tema relacionado ao sobrenatural a fenômenos religiosos contidos nos cultos de diversas religiões, podem e devem sim ser observado com mais critério. É Deus quem revela? 

É o homem que tem previsões? São espíritos imundos que interferem em cultos? Infelizmente está longe dos homens afirmarem algo como regra afirmativa de ser Deus ou ou o Diabo, na maioria das vezes preferem deixar passar sem maiores alardes, a não ser que realmente seja algo realmente nada discreta a manifestação espiritual. Mas não são poucos os casos em que muitos acham ser a melhor saída optar pela interpretação cessacionista, pois existe uma mistura de emoção e sentimentos diversos em um ato que deveria ser exclusivamente do Dom do Espírito Santo. 

Mas o que se faz sem emoção quando o assunto é fenômeno espiritual, pois a emoção pode ser sentido na carne, mas está além da carne, da mesma forma que o literal de Deus está além do nosso literal. Quando a escrita de Deus é exposta de forma literal para os humanos, os mesmos só conseguem aproximar-se da sua compreensão com muita dificuldade por figuras de linguagens, pois a literalidade de Deus está longe da mente e vocabulário do homem caído, distante do seu criador.

Ao pesquisar a evolução da escrita entre os humanos, percebe-se o quanto os mesmos demoraram para conseguirem expressar as ideias e conversas por meios de símbolos que representariam os sons vocálicos. A dificuldade de comunicar ideias comuns a todos os homens, é praticamente impossível ao ser humano, pois os esforços para transpor culturas e idiomas, sempre foram os maiores obstáculos encontrados. Levando em consideração mais uma vez, que estas dificuldades ainda existentes são para transmissão mensagens de homens, sabendo que a ideia humana está infinitamente distante de se comparar evidências da mensagem divina, imagine que o Senhor Deus use sua literalidade mental para transmitir seu recado aos homens, comunicar as ideias do seu universo Divino aos homens, imaginemos o Senhor Soberano dos Céus e terra, dividindo com os homens histórias do seu universo e existência. 

A comunicação seria inviável pois sofreria com interrupções constantes por falta de entendimento da parte dos humanos, afinal o que são séculos de escrita e comunicação dos homens para uma mente eterna e infinita do Soberano? Por isto se deve levar a sério quando as Escrituras trás a  revelação do Pai na pessoa de Jesus Cristo como está escrito pelos Apóstolos, as testemunhas oculares do Cristo:

"Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou."João 1:18; "O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;"

Como discutir sobre a forma de uma Deus Soberano se comunicar com sua criação? Como que um Reino que possui seu discernimento espiritual, pode ter a sua comunicação condicionada a literalidade humana? E quanto a comunicação deste Deus Soberano com o seu povo ser de forma coletiva, poderá ser a mesma de forma individual? Ele fala à assembleia da mesma forma que fala ao seu súdito? Todas esta perguntas encontram seu ponto comum de raciocínio nas Escrituras Sagradas e nos Dons do Espírito Santo que a própria Escritura rege quanto aos seus funcionamentos e finalidades no Reino de Deus. Aceitar as Escrituras e ignorar os dons é o mesmo que profanar o primeiro, pois as Escrituras nunca omitiram ou proibiram os dons apenas os organizam para seu melhor proveito e utilidade para os que servem ao Senhor neste Reino que se discerne espiritualmente.

Porem não é o caso de aceitar ou rejeitar apenas manifestações espirituais, mas discerni-las é a regra exposta com mais eficácia, não ignorando que às Escrituras estão repletas de revelações além da compreensão humana, ao menos em sua forma integra, o máximo que os eruditos conseguiram e conseguirão é teologizar sobre elas, pois saber o que os autores sentiram e intencionavam quando descreveram os acontecimentos, doutrinas, revelações espirituais, é no mínimo o clímax da interpretação bíblica. 

Geralmente a maioria das "revelações proféticas" estão ligadas as necessidades dos homens, é comum a apresentação em diversas manifestações da revelação em um culto a exposição de necessidades como uma porta de emprego que esta para se abrir, uma cura que está para acontecer, o pecado dos homens que estavam ocultos, e outras não tão comuns. Porém quando se trata de “revelações de Jesus” nas Escrituras são realmente terríveis para a humanidade, não há uma forma de massagem do ego humano nestas revelações, muito pelo contrário. Precisamos mais destas “Revelações de Jesus Cristo” em nossos congressos, louvores, pregações, nossas igrejas precisam entender o que é uma revelação de verdade, sem se importar com o que os outros vão pensar. 

Consideremos o texto Apocalipse 9:1-15:

E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.

E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar.

E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra.

E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o selo de Deus.

E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.

E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.

E o parecer dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos de homens.

E tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como de leões.

E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate.

E tinham caudas semelhantes às dos escorpiões, e aguilhões nas suas caudas; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses.

E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego Apoliom.
Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais.

E tocou o sexto anjo a sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro, que estava diante de Deus,

A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates.

E foram soltos os quatro anjos, que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens.

Não pretende-se no momento utilizar-se de ferramentas de interpretação para extrair do texto sua interpretações ou muito menos explicar sua simbologia rica, mas apenas mostrar que literalmente existe uma revelação catastrófica, repleta de simbolismos, porém espiritualmente mostra que existe uma outra forma de pensar a vida, e que as decisões neste aspecto estão longe das vontades humanas apenas, sem nenhum controle por parte do homem. 

Assim não vemos apenas simbolismos e sim a demonstração revelada de mundo espiritual que humanamente  apenas é impossível discernir. Com uma básica leitura percebe-se que está fora da realidade mental do homem moderno por mais que apreciem a ficção, mas nem perto de uma observação desta forma conseguem ter sobre o assunto. Porém escarnecem de uma realidade que deveriam temer, pois não é um homem que revela sobre um poço de um abismo onde  seres de poder atormentador inimagináveis liderados por uma liderança angelical cujo nome o texto faz questão de frisar "Abadom", sairão em busca de almas; será que imagina-se como realmente será  quando for ordenado soltar também os quatro anjos que estão presos, prontos para ferir os homens de forma horrorosa, de forma jamais vista, pois para isto serão soltos? 

Não aparenta que cristãos estão preocupados com este significado, pois pouco s e fala em mensagens sobre o assunto.
Ao se considerar que a situação do mundo está ruim agora, ao se considerar que muitos estão depressivos, sem ânimo, sem motivos para viver, nada tem graça, nada é interessante, então, qual sentimento  restará para ser relacionado a angustia humana quanto estas revelações, será que possuímos no nosso vocabulário a expressão?  Felizes são os que não mais estiverem nesta terra diante destes acontecimentos.(Apocalipse 9:2-15). 

Não é ficção, não é revelação de homens muito menos de espíritos é a “Revelação de Jesus" O Filho de Deus, Salvador dos homens que creram no seu nome. Sendo assim deveria esta revelação ser passada adiante com mais ênfase do que a teologia da prosperidade, curas, doutrinamento de costumes e usos nas igrejas, campanhas políticas nas igrejas e tantas outras bobagens em nome de Deus que se apregoa se em congregações evangélicas. O mundo deve saber que Cristo Revelou o que há de acontecer aos homens nesta terra. Mas falar de Satanás, demônios e o que eles podem fazer, parece não ser bem aceito por alguns cristãos. Aparente descrédito há quanto ao mundo espiritual e as coisas espirituais, mesmo que seja o Reino de Deus espiritual. A Bíblia diz que as o que é espiritual só pode ser discernido por quem também é espiritual, assim, a forma carnal ou natural de como são vistas acontecimentos e fatos podem prejudicar e muito a entendimento do que realmente está acontecendo.

Ao homem natural se deparar  com um texto como o exposto aqui (Apocalipse 9:1-15), poderá com muita espontaneidade ignorar a ideia de que exista um mundo espiritual, e que estas figuras na linguagem estão no texto para informar aos leitores apenas uma grande tragédia anunciada. Porém, ao ignorar a existência de uma revelação de um mundo espiritual, que é sem dúvida responsável por interferir no vida dos humanos, fica claro que ao que rejeitar esta outra dimensão, estes cristãos não estão mentalmente dispostos a entender as Escrituras na sua forma completa, mas apenas no seu sentido mais confortável e fácil de se compreender, que é o sentido histórico gramatical, que se discerni naturalmente qualquer livro humano. 

Quanto a escolha de escrever ser mais fácil esta forma de observar as Escrituras, faço isto devido a crer que qualquer que  habilitado nas ciências das letras irá entender o que na Bíblia está escrito, e se há um abrir do entendimento por parte do Senhor Deus Soberano para que se possa entender o que está Escrito Nas Escrituras, logo se vê que não bastarão as ciências humanas para tal feito. Considerando este discernimento natural, concordo também estar distante o entendimento espiritual da Escrituras Sagradas. Não a uma proposta de generalização das letras sagradas para sempre uma interpretação além do que está escrito, mas não concordar em desprezar que em algumas passagens bíblicas está claramente exposto um universo espiritual, onde as armas são espirituais, os inimigos são espirituais, e o que acontece dentro deste mundo espiritual é refletido na vida natural do homens, não é ocultismo barato, é Bíblico.

Pressupondo acreditar ou não nos dons do Espírito Santo, poderá influenciar na forma de como encaramos os dois lados da existência humana. A Primeira existência que é a natural, nascido da carne, o tão conhecido homem carnal, não poderá entender e nem discernir as coisas espirituais, nem pelo que está escrito nas Escrituras conseguirá este feito, pois se é o Senhor Jesus que abre os olhos dos discípulos para que entendam o que dele diz às Escrituras, só poderá entender os que seu entendimento for espiritualmente aberto. 

Neste caso entrará o nascer de novo, mas desta vês aponta para o nascer segundo a vontade de Deus. Logo nascendo da vontade de Deus, nasce da vontade do Espírito Santo, nascendo então para entender as coisas do Espírito Santo. Pergunta-se então, este novo homem viverá para entender apenas as Letras e o que a maioria dos homens naturais do mundo entendem? Se a resposta for sim anula-se toda a ideia da necessidade do nascer de novo, já que continuará sua vida natural, sem entender o que ocorre no mundo espiritual. Não se pode ignorar que a Bíblia possui muito mais que literalidade, poesias, história e figuras de linguagens. A Bíblia é a Palavra de Deus aos homens e literalidade, poesias, história e figuras de linguagens, é apenas a maneira de comunicar a mensagem, a mensagem é para o humano mais não é humana. 

"Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." João 3:18
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." João 1:14

Presbítero
Israel Lopes
 

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